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Deputados investigam gasto de mais de R$ 14 milhões para compra de aventais

 

 

Chamou a atenção dos deputados que compõem o PDO (Parlamentares Defensores do Orçamento), formado para investigar a aplicação dos recursos do estado durante a pandemia, uma compra de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) feita pela Secretaria do Estado da Saúde com dispensa de licitação no valor de R$ 14.190.000,00. Trata-se de um empenho efetivado com o Empreendedor Individual M. N. O. para a aquisição de um milhão e cem aventais.

Adriana Borgo - Grupo PDO parlamentares SP (1)

 

Os deputados Márcio Nakashima (PDT), Sargento Neri (AVANTE), Coronel Telhada (Progressistas) e Adriana Borgo (PROS) realizaram diligência na tarde desta terça-feira, 5, no município de Itapevi, endereço que consta no processo. Os deputados Letícia Aguiar (PSL) e Coronel Noshikawa (PSL) permaneceram em atividades administrativas.
No local, o grupo apurou que se trata da residência do empresário e que a produção é feita por costureiras terceirizadas em endereço não mencionado. “Já entregamos aproximadamente dez mil peças ao custo unitário de R$ 12,90. Nossa projeção de entrega total do pedido é de até 30 de junho, podendo ser prorrogado até agosto”, explicou M. N. O.

 

Adriana Borgo - Grupo PDO parlamentares SP (2)

 

“Causa estranheza o fato de uma empresa do segmento de edição de livros, que nunca forneceu nenhum tipo de produto para o governo, assinar um contrato milionário. O proprietário se negou a apresentar os produtos e a mencionar endereços das fábricas”, aponta Márcio Nakashima.

“É dinheiro do povo paulista que precisa ser investigado”, completa Adriana Borgo.

Sobre a linha de produção, o empresário informou que terceiriza quatro oficinas – não mencionou os endereços – com cinco a 20 costureiras em cada local. Cada costureira produz, em média, de 300 a 500 aventais por dia, sendo que deveria ter uma produção média de 611 aventais dia, para cumprir o pedido. “Uma empresa sem lastro, com obrigação de entregar um milhão e cem aventais? Estamos tomando providências”, afirma Telhada.

M. N. O. não conseguiu explicar com quem firmou o empenho na Secretaria de Estado da Saúde. Disse apenas que foi feito on-line. Que o pagamento deve ser feito com até 3 dias após a entrega das peças, mas que ainda não recebeu nenhuma quantia pela entrega da primeira remessa.

O deputado Sargento Neri informou que será feita uma representação e encaminhada, na manhã desta um quarta-feira, 6, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).

 

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